3 conceitos da Neurociência para uma Liderança Eficaz

O cérebro é a origem de todos nossos comportamentos. Nossos hábitos, emoções, costumes, crenças, capacidade de aprender e reaprender, tomar decisões conscientes e inconscientes… tudo isto e muito mais está concentrado neste maravilhoso órgão de apenas pouco mais de 1200 gramas.

 

O estudo da neurociência tem trazido cada vez mais descobertas e constatações sobre “o jeito humano de agir” de nosso cérebro. Há várias implicações destas descobertas para o mundo dos negócios, especialmente líderes de equipes e organizações. Eis aqui algumas:

 

1.      Nosso cérebro procura por elementos negativos

É uma tendência natural e biologicamente herdada de nossa história evolutiva. Encontrar no ambiente sinais de perigo, que despertavam um estado de atenção e alerta, eram cruciais para a sobrevivência da espécie. Ainda hoje é assim, ao atravessar a rua ou andar em locais escuros, por exemplo. Ou ainda ao encontrar defeitos nas pessoas e problemas nas tarefas de seus colegas e equipe – o que muitas vezes precisa ser feito, mas de forma sábia e comedida. Isto porque sabemos que os líderes que mais realizam resultados com suas equipes são aqueles que aprenderam a oferecer, para cada crítica construtiva, pelo menos 3 elogios ou reconhecimentos de pontos positivos sobre seu liderado ou sua equipe. Esta habilidade pode ser desenvolvida simplesmente com foco e dedicação.

2.      Nosso cérebro está programado para se preocupar

A preocupação gerada pelo medo é, sim, uma emoção natural e positiva, que levava o homem primitivo a basicamente 3 opções de comportamento: lutar, fugir ou ficar parado. A questão atualmente não é evitar sentir medo, mas sim aceita-lo e entender a mensagem que ele deseja comunicar a você naquele momento. E, ainda, decidir se esta mensagem realmente serve e lhe é útil no atual contexto, já que não vivemos mais na idade da pedra. Assim você poderá assumir uma melhor postura na próxima vez que sentir aquele “frio na barriga” sobre uma apresentação de negócios ou uma reunião difícil com sua equipe, ao invés de ser sequestrado pelo medo e preocupação excessivos.

3.      Nosso cérebro naturalmente procura por associações

Foi assim que provavelmente fomos selecionados ao longo da evolução: se o homem era capaz de associar a cor de uma fruta ou o tipo de um animal a algo comestível ou venenoso, por exemplo, isto lhe permitiria viver mais tempo e com isto uma maior probabilidade de transmitir esta habilidade de criar novas associações aos seus descendentes – e cá estamos nós hoje no século XXI! O fato é que muitas associações do mundo moderno (não selvagem) são meras generalizações, impressões ou julgamentos equivocados, tais como: o jeito de falar de seu chefe ou colega de trabalho pode ser entendido por você como autoritário, quando na verdade apenas mostra que o indivíduo não está sabendo lidar com uma situação de pressão e sua comunicação está sendo impactada por isto; ou ainda a falta de conversas individuais por parte de seu/sua líder ou liderado não necessariamente mostra que ele(a) está bravo com você, mas pode simplesmente significar que ele(a) está atarefado(a) demais e não tem conseguido elencar prioridades da maneira como você esperaria.

 

Estes exemplos são simplesmente a forma como você e eu fomos neurologicamente programados para ser e agir na maioria das vezes a fim de termos melhores chances de prosperar em um ambiente que hoje certamente não é a sua realidade na maior parte dos dias – a não ser que você tenha escolhido viver no meio da floresta amazônica (o que, a propósito, não tem nada de errado com isto!).

A boa notícia é que, quanto mais rápido você se atentar a detalhes como estes, mais cedo poderá aprender a lidar melhor com suas emoções e pensamentos, e assim tomar decisões que geram maiores chances de sucesso, realização e bem-estar ao final de cada dia. Para isso, você mesmo tem que assumir o controle e entrar em ação!

Rodrigo Collino – Managing Partner at TOTAL Corporate

 

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