SOOU O ALARME: HORA DE COMEÇAR A REPLANEJAR

“Enquanto não houver uma vacina para o Corona Virus, não poderemos mais viver as nossas vidas como estávamos acostumados”.

Isso não foi dito por um amigo em tom “professoresco” pelo Whatsapp, mas por Átila Iamarino, cientista brasileiro referência em microbiologia, em entrevista ao Programa Roda Viva nesta 2ª feira na Rede Cultura.

Essa realidade é tão plausível que o mundo vem se mobilizando dia e noite para resolver a crise sanitária e econômica causada pelo Corona Vírus.

O Corona Vírus tem características especificas como alto potencial de contágio e longo período de incubação, que faz com que se hospitalize dez vezes mais do que uma gripe comum. Essa somatória de fatores únicos tem o potencial de colocar os sistemas de saúde em colapso em um curto espaço de tempo com consequências que vão muito além das milhares de mortes causadas pela Covid-19.

Ok, essa é a parte que possivelmente você já sabia, apesar de ainda haver gente com dúvidas.

A “novidade” que o Dr. Átila nos trás é o fato de a vacina ser a única forma plausível neste momento para reverter a crise. Tudo o que acontecer no meio do caminho, inclusive a descoberta de remédios confiáveis, e a alta disponibilidade de testes e máscaras para a população, serão medidas de contenção, ou medidas para retomarmos minimamente a nossa rotina. Enquanto não houver vacina, ainda estaremos expostos e estaremos correndo o risco de infectar outras pessoas, sobretudo os mais velhos. No melhor dos casos, a disponibilidade a nível global de uma vacina viável e testada em larga escala não deve acontecer nos próximos meses, possivelmente somente no início do ano que vem.

Enquanto esperamos a vacina, o mundo possivelmente permanecerá alternando períodos de maior contenção e isolamento social com momentos de afrouxamento, e as fronteiras entre os países poderão se manter fechadas. Esse tipo de medidas de isolamento de países e de pessoas veio para ficar e vai levar o balanço dos poderes em todas esferas a nível global a sofrer um forte impacto. Em paralelo a tudo isso, governos, bancos, grandes empresas, comunidades se mobilizam para não deixar a economia e a sociedade sucumbirem. Esse esforço vem para garantir a segurança e a saúde das pessoas para que possamos voltar a viver como estávamos acostumados.

A questão é estamos diante de um desses momentos dos quais a realidade já saiu modificada. Teremos que aceitar um mundo totalmente diferente a partir de já. Essa crise não nos levará a uma volta a normalidade. Muitos negócios irão fechar, talvez por falta de caixa, talvez por não fazerem mais sentido com novos hábitos das pessoas. Estamos todos sendo forçados a rever as nossas prioridades, deixaremos de consumir certos produtos e serviços que eram o sustento de famílias e mantinham milhões de empregos em todo o mundo.

O mundo que você conheceu até agora pode não existir mais por um bom tempo, e quando voltar a normalidade, essa já será outra. 

Por que precisamos saber disso?

Porque, quanto mais rápido nos adaptarmos as novas realidades, mais rápido poderemos voltar à (nova) normalidade.

Instintivamente sabemos que já perdemos essa realidade conhecida. E o processo de perda gera luto. Em entrevista a HBR (Harvard Business Review, 23 March 2020), o aclamado autor David Kessler revela que o desconforto silencioso que temos sentido nas últimas semanas é basicamente luto (“grief”). Varios tipos de luto. Luto pela perda da realidade conhecida, luto pela perda da liberdade, da segurança, do controle sobre a saúde, pela perda dos planos já desenhados, pela perda de pessoas queridas.

Aceitar essa perda e partir para a próxima é um processo. O processo do luto tem vários estágios e é algo para ser vivido, e superado. O quanto antes recomeçamos essa nova jornada, nessa realidade já modificada, antes iremos viver e produzir plenamente.

Não é uma questão de saber fazer home office com toda a família em casa, passar usar álcool gel a cada 5 minutos ou ficar obsessivamente bem informado através de todos os canais disponíveis. É se dar o direito de refletir, se conectar mais profundamente com o que está acontecendo.

Precisaremos repensar nossas vidas, nosso proposito e o nosso sustento. Para as pessoas que possuem uma certa estabilidade de emprego e de renda, esse impacto será menor. Mas para todos os demais, a vida possivelmente irá se transformar em algo totalmente diferente daqui para frente. Talvez melhor. Mais simples, mais colaborativa, mais pragmática.

O exercício que precisamos começar a fazer é de repensar aquilo que é essencial para nós e para os demais, e como conseguir gerar novas oportunidades em um mundo que não estará mais buscando as mesmas coisas deste passado tão recente.

Não adianta mais esperar. Precisamos colocar a casa em ordem com o que temos, e precisamos começar a repensar a vida que se inicia agora.

Mãos à obra pois temos um mundo (seu mundo) para reconstruir.

Fernando Soares de Arteaga

Managing Partner / Sócio Diretor TOTAL Corporate

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